Cuidado Íntimo: sexual care é tão importante quanto bem-estar físico e mental
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Cuidado Íntimo: sexual care é tão importante quanto bem-estar físico e mental

por Manuela Aquino

Sexual care virou assunto tão falado quanto bem-estar físico e mental. E a conversa atualizada chegou por aqui distante dos estereótipos que tratavam de “beleza íntima”, mudança de aparência ou camuflagem do cheiro natural da vagina. Agora, o papo é outro. A conversa sobre autoestima, respeito à diversidade da vulva e conhecimento do corpo para uma melhor vida sexual está em crescimento. Um report da empresa de inteligência e consultoria Arizton prevê que o mercado de bem-estar sexual vai atingir receitas de mais de 40 bilhões de dólares até 2025, com um crescimento previsto de mais de 62% entre 2019 e 2026.

O mais interessante é observar que este é um mercado de mulheres para mulheres cujas bases são produtos “vagina-friendly”. Para a jornalista e sexóloga Lu Angelo, o mercado erótico passou a ganhar uma leveza e apelo de cuidado. “Há cinco anos, os produtos tinham pouco apelo para as mulheres. Não eram vistos como parte do cuidado íntimo e sim como algo fetichista, puramente para o ato sexual e um complemento ao prazer masculino, em sua maioria”, diz. As novidades atuais são itens de higiene íntima e lubrificantes que tratam, hidratam e que podem trazer até os benefícios da aromaterapia. A NVAA lançou espumas de limpeza vaginal naturais e uma água refrescante para o dia a dia. Este último, com aroma de laranja-doce e petitgrain. A marca de v-care foi fundada pelas empresárias Juliana Antunes e Fabiane Giralt junto com a ginecologista Ana Luiza Faria. Tudo começou quando Fabiane foi morar na França e percebeu que na Europa e Japão era um movimento crescente aliar cuidados íntimos com autoestima e saúde. “É um cuidado focado na saúde, no dia a dia, durante períodos diferentes de vida da mulher.

Além disso, focamos na educação e autoconhecimento sobre o próprio corpo”, diz Bia. Entre os produtos há um específico para mulheres em me- nopausa, uma espuma de limpeza com semente de cenoura, quinoa e gerâ- nio. Este último, um óleo essencial específico para sintomas deste período. “A pele da vulva muda com o novo ciclo, por isso a necessidade de repor a hidratação. As fórmulas contém prébióticos, não alteram o ph da vaginal. Sabonetes comuns ou produtos muito detergentes podem causar ressecamento e irritação”, fala Ana.

Na contramão dos lubrificantes de farmácia, a Lubs tem em seu portfólio produtos com embalagem clean e fórmula feita com ingredientes naturais. A ideia de criar a marca também veio da observação de um mercado crescente lá no Estados Unidos, onde a fundadora Chiara Sandri morou por um tempo. Seu desejo era estimular discussão mais clara e natural possível sobre o sexual care. “Desenvolvemos um produto que, além de ser vegano e 99,99% natural, trouxesse esse conceito. Nossas fórmulas foram enriquecidas com d-pantenol e ácido lático, o que faz com que eles sejam mais do que lubrificantes, eles realmente trazem o cuidado íntimo”, diz. Entre os destaques, o lubrificante de jambu, plantinha brasileira. “A escolha veio por conta do seu efeito especial pois ela aumenta a vaso-circulação local, melhora a sensibilidade e causa uma sensação muito legal”, fala.

“A importância de a gente falar sobre cuidado sexual é extrema. Uma mulher que se olha pelada no espelho, que se toca. E tudo isso faz parte de uma construção de auto-imagem, autoconfiança que afeta a realização sexual e todos os setores da vida”, fala Lu Angelo.

Foto: Alex Batista
Beleza: Helder Rodrigues
Styling: Larissa Lucchese

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