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O futuro e a nova linha de skincare da Negra Rosa, tendências de K-Beauty e mais
por Manuela Aquino
A marca de beleza Negra Rosa começou com o lançamento de três batons pensados para peles negras, lá em 2016. A empresária Rosângela Silva sabia, também como consumidora e mulher negra, que a demanda de mercado para o público ainda era limitada e sempre sentiu falta de produtos com formulações específicas e tons mais variados. “O mercado passou, recentemente, a ter mais opções de produtos porque nós reclamamos, através das redes sociais, dos testes nos blogs e Youtube. Foi necessário levantar a mão para dizer que a gente existia”, diz a ex-blogueira que começou a fazer vídeos de tutoriais de beleza em 2010 como um hobbie. Depois do lançamento dos batons vieram as bases e os produtos para cabelo. Agora, depois de se unir à gigante Farmax e passar por um processo de rebranding, a marca acaba de lançar uma linha de skincare para pele negra com água micelar, sabonete esfoliante, séruns de tratamento e gel-creme hidratante. Na mesma leva, também foram lançados óleos concentrados para no corpo e cabelo. Ao Belezinha, Rosângela divide sua experiência de mercado e detalha mais sobre esta nova fase da marca:
A Negra Rosa acaba de lançar sua linha de skincare desenvolvida para peles negras, algo que ainda não vemos com frequência no mercado, especialmente no Brasil. O que os produtos têm de específico e como foi o processo de desenvolvimento?
A Vanessa Costa, head de Pesquisa & Desenvolvimento Farmax, fez uma pesquisa com as consumidoras da marca para sabermos qual era a demanda de mercado. A partir disso, desenvolvemos a linha de skincare que foi muito testada para atender as especificidades da pele negra, principalmente no controle da oleosidade. Além de água micelar e hidratante, temos um sérum uniformizar do tom, focado em manchas, já que, principalmente a pele negra mais miscigenada, hiperpigmenta muito fácil, às vezes até por causa de uma espinha. Aqui, quero deixar claro que o sérum é uniformizador e não clareador, a gente tem horror a esse termo e esse é outro ponto que foi muito pensado no desenvolvimento da linha. Teremos também alguns óleos, como o facial de rosa mosqueta, bem puro e concentrado, e um sabonete facial esfoliante, um destaque para mim, que tem microesferas naturais de carnaúba. Geralmente, no mercado, vemos as esferas em tons de rosa e azul e optamos por trazer a cor marrom para que a consumidora tivesse a identificação já ao olhar no produto.
Quando você criou as bases, quais especificidades da pele negra levou em conta no desenvolvimento?
Normalmente a pele negra brasileira tem uma tendência à oleosidade, mas eu não queria que entregasse uma coisa muito opaca, então ela tem acabamento soft matte, que mantém o viço natural da pele e que eu acho muito lindo. É uma base que tem cobertura, mas ao mesmo tempo é bem leve. E, como nós estamos em um país tropical, tem que se pensar muito na fixação do produto, o que ela também entrega. Outra coisa é que fiz questão de fazer bases para mulheres negras retintas, algo que não há muito no mercado. São sete cores, sendo quatro mais escuras. Há uma questão do racismo forte no Brasil e que se reflete na oferta de produtos, pois consumidora tem muitas, mas que muitas vezes não encontram opções certas e precisam comprar dois, três tons diferentes e fazer misturinha. Se você pegar fotos de casamento da minha família, por exemplo, vai ver as mulheres com a cara acinzentada por conta dessas misturinhas. Mesma coisa acontece com o batom, há muita reclamação com relação ao nude, que não fica nude, mas rosado, na pele negra. Tanto que o meu primeiro produto lançado foi batom, a gente tinha três cores, uma delas marrom que se transformaria em nude para muitas mulheres.
Em 2018 você entrou na categoria de cabelos. Por que esta decisão de investir em haircare?
Eu usava alguns produtos da gringa e estava atrás de um gel que não encontrava por aqui. Queria um produto, ativador de cachos, que não pesasse e que definisse. A ideia era que ele resolvesse a finalização, então fiz um produto com óleo de argan e pró-vitamina B5 em boa concentração. Eu uso só ele, passo xampu, faço minha hidratação e pronto, ele entrega tudo! Como somos uma marca pequena e só podemos lançar uma coisa de cada vez, a escolha foi por este produto. Depois veio o gel creme, porque muita gente me falava que tinha o ritual de usar também. E, por último, resolvemos lançar o creme para pentear, também por uma demanda também das consumidoras que queriam algo para usar ao desembaraçar. Este demorou muito tempo, dois anos de desenvolvimento com foram vários testes e pesquisas, pois tinha que ser algo que não deixasse o cabelo esbranquiçado, que não espumasse e que desse para desembaraçar sem deixar resíduos visíveis.
É notável que sua experiência como consumidora te inspira bastante no desenvolvimento da marca até hoje. Lá no começo, qual foi o primeiro passo para a criação da empresa?
Beleza e teste de produtos eram meu hobby na época em que havia blogs e comunidades no Orkut. Como era muito difícil achar produtos para pele negra aqui, a gente trocava muito. Em 2010, eu resolvi montar o meu blog e continuava em contato com as comunidades e interagindo. Uma coisa que me chamava bastante atenção era a M.A.C. Eu sempre pensava: “como uma marca canadense tem tanta opção para pele negra e aqui não tem nada parecido?”. Então, em 2015, em uma conversa com minha amiga e sócia, Ana Claudia Heller, eu disse que queria entrar neste mercado de beleza e ter um batom só meu. Na época eu não conseguiria parceria com alguma empresa já estabelecida por conta do número de seguidores, então o investimento foi de uma reserva dela. Começamos a fazer o protótipo e depois um monte de testes com conhecidas e pessoas da família. Começamos muito devagar e com muito apoio e troca da comunidade. Por isso até hoje, mesmo havendo crescido, a gente continua na intenção de ter este contato mais próximo com quem consome e ainda sou eu que respondo às solicitações no direct e comentário no Facebook.
TOP 3
1. Prêmio Mulheres na Ciência
Entre as vencedoras da 25ª edição do Prêmio Internacional L’Oréal-Unesco For Women In Science, três cientistas exiladas foram especialmente homenageadas por Audrey Azoulay, Diretora Geral da UNESCO, e Jean-Paul Agon, Presidente da Fundação L’Oréal. Mursal Dawodi, do Afeganistão, especialista em Inteligência Artificial, precisou se mudar para Alemanha com a mudança de regime político no país. Ann Al Sawoor, iraquiana, foi para França continuar suas pesquisas em Matemática depois de sofrer violência física e desapropriação por conta de seu gênero e de sua religião. E Marycelin Baba, especialista em biologia molecular, teve que deixar a Nigéria e ir para África do sul e Quênia por causa do terrorismo. Todas foram reconhecidas ela coragem, talento e resiliência. O programa, criado em 1998, premia e dá capacitação a mulheres em todo mundo. Até agora apoiou mais de quatro mil mulheres em cento e dez países.
2. K-Beauty
Mais de 300 expositores estiveram em uma das feiras de beleza mais tradicionais do mundo, a CosmoBeauty Seoul. Dos destaques da 37ª edição do evento, de acordo com o site especializado Premium Beauty News, o lançamento de algumas marcas específicas para consumidores Millennials e da Geração Z, todas veganas e clean beauty. Entre elas, a marca genderless de skincare Claps que traz produtos focados na barreira da pele. Inclusive, esta preocupação com o microbioma da pele esteve bem presente na feira, principalmente entre as marcas indie, com produtos para peles sensíveis, como Abiy, Doctob e Orgahue.
3. Venda direta
O Boticário, Quem Disse, Berenice?, Eudora e O.U.I, investem mais do que nunca no processo de digitalização das revendedoras para agilização dos processos de trabalho e colhem bons resultados. Segundo divulgação feita pelo Grupo Boticário esta semana, o número de revendedoras que usam o aplicativo de venda direta triplicou. Além de vendas e controle de estoque, o app traz conteúdos exclusivos e treinamentos. “A digitalização proporciona mais força para que os revendedores possam atuar em qualquer região do Brasil. A venda por relacionamento, ponto forte deste tipo de atuação, torna essa função ainda mais relevante para os consumidores”, disse Fabiano Olivo, Diretor Executivo do Canal de Venda Direta do Grupo Boticário. Segundo o executivo, o Whatsapp e o Instagram são dois canais muito utilizados e o PIX o pagamento mais escolhido pelos clientes.
E mais
. Natura celebra os dez anos de um projeto pioneiro de sustentabilidade: o jardim filtrante, criado pelo arquiteto francês Thierry Jacquet. Localizado no Ecoparque, complexo tecnológico em Benevides, o sistema trata resíduos de forma natural usando plantas nativas da região Norte. Os jardins filtrantes ocupam um espaço de dois mil metros quadrados e filtram todos os resíduos industriais e vindos de restaurantes e banheiros.
. Em sua 24 edição, o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente, reconheceu o Grupo Boticário como a melhor empresa em serviços ao cliente. Na categoria Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, este é o segundo ano consecutivo que a grupo vence. Além disso, Fernando Modé foi eleito o CEO do ano.
. Dermage inaugura flagship em São Paulo. Na Alameda Lorena, no bairro dos Jardins, a loja conta com dois espaços de tratamento facial, além da possibilidade de avaliação das condições de pele e cabelo antes da compra de produtos.
. The Alchemist’s Garden: Tears From the Moon, de Gucci, Gabrielle Chanel Parfum, de Chanel e Paradoxe, da Prada, são algumas das fragrâncias premiadas no Fragrance Foundation Awards, conhecido como Oscar da perfumaria. A lista completa, você pode conferir aqui.
. Governo Federal inicia distribuição gratuita de absorventes na rede pública, projeto que beneficiará 24 milhões de pessoas. SUS, escolas da rede pública e presídios são alguns dos locais onde serão distribuídos os absorventes. Além disso, estão previstos cursos de capacitação para que agentes públicos possam conscientizar a população sobre dignidade menstrual.