Complexo industrial da Natura no Pará completa 10 anos com anúncio de ampliação no investimento em P&D
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Complexo industrial da Natura no Pará completa 10 anos com anúncio de ampliação no investimento em P&D

por Manuela Aquino

A primeira fábrica da Natura na Amazônia completa 10 anos. Fundada em 2014, em Benevides, cidade metropolitana de Belém, concentra 94% de toda a produção dos sabonetes de Natura e Avon — 500 milhões de unidades são produzidas todos os anos e a expectativa é que o número chegue a 600 mil em 2024. Mais do que aumentar o volume de produção de forma sustentável, João Paulo Ferreira, CEO da Natura, anunciou dois pilares importantes para a expansão do Ecoparque: ampliar o investimento nos times de pesquisa e desenvolvimento e atrair outras empresas para o complexo de 174 hectares.

P&D ampliado
“Hoje a gente tem um time com cientistas e profissionais técnicos que trabalham aqui dentro do Ecoparque prospectando novos bioativos e transformando cada um deles em ingredientes cosméticos para os nossos produtos. Mas esse espaço precisa crescer porque temos uma fronteira enorme de projetos para desenvolver e escalar”, disse Josie Romero, vice-presidente de operações e logística da Natura &Co América Latina. “Tudo isso é feito em conjunto com as equipes de campo, conectadas as mais de 10 mil famílias, que prospectam, manejam e processam novas espécies. E essa expansão tem a ver com a nossa capacidade, inclusive, de substituir materiais sintéticos por outros de origem natural. É um investimento em alta tecnologia e pesquisa de ponta que faz sentido ser ampliado aqui, nosso ponto de conexão direta com a floresta, e também com mão de obra local — temos um processo de formação de talentos porque o conhecimento e experiência de quem vive e conhece os recursos da sociobiodiversidade da Amazônia está aqui”, diz.

Amazônia Viva
Há mais de 20 anos Natura desenvolveu o modelo de negócio e relacionamento com mais de 10 mil famílias agroextrativistas da região amazônica pautado pela regeneração da floresta e técnicas de bioagricultura que respeitam o ciclo natural de reprodução e alternância de espécies. Nenhum dos ingredientes ou ativos desenvolvidos pela Natura é patenteado e as famílias e cooperativas não operam em regime de exclusividade com a marca. Parte do Programa Amazônia Viva ainda prevê repartição de benefícios e, mais recentemente, um mecanismo de financiamento de capital de giro com juros menores do que os praticados por bancos convencionais para cooperativas e comunidades que fazem parte do programa.

Biocosmética
O investimento em pesquisa e desenvolvimento também tem como objetivo ampliar, cada vez mais, o uso de ingredientes da biodiversidade brasileira em todas as categorias de Natura. “A gente começou a história da biodiversidade com Ekos, há mais de 20 anos, e aos poucos, fomos introduzindo novos ativos em outras categorias para além de perfumação e hidratação”, diz Josie. “Chronos hoje tem um complexo de ingredientes com comprovação científica e pesquisa genômica que foram desenvolvidos a partir de recursos locais. E, ao longo do tempo, vamos descobrindo novas propriedades em cada um deles: o tukumã, por exemplo, um dos ingredientes adicionados mais recentemente ao portfólio, é rico em ácido hialurônico natural — não dá pra usar apenas em Ekos. E quanto mais a gente expande o uso em diversas categorias, mais volume a gente produz e gera mais renda para todas essas comunidades”, diz.

Vale do Silício brasileiro
Descrito como um condomínio industrial, o Ecoparque já opera com uma planta da casa de fragrâncias alemã Symrise no mesmo terreno, responsável por fornecer manteigas e óleos essenciais para a marca. Mais recentemente, Natura anunciou a chegada de uma fábrica de embalagens com o objetivo de diminuir custos e o impacto ambiental de logística. “O sonho do Vale do Silício brasileiro é trazer empresas de tecnologia que nos ajudem a desenvolver tecnologia usada na agricultura, como sensores que aumentem a previsibilidade climática, maquinário adaptado para extração e beneficiamento, para atender às demandas dessas famílias. Somar todos os conhecimentos nas frentes de tecnologia, engenharia e fabril, por exemplo, faz a gente criar um ecossistema gere muito mais valor localmente do que se elas operassem de forma separada”, diz Josie.

(por Vânia Goy)

TOP 3

1. Beiersdorf faz investimento estratégico para incrementar estudos sobre a pele
O grupo, detentor de marcas como Nivea e Eucerin, firmou uma parceria com a Rubedo Life Sciences, que é especialista em pesquisas e soluções para combater a senescência celular. Juntos, irão desenvolver produtos com propriedades anti-inflamatórias e que retardem o envelhecimento celular. De acordo com matéria do site Premium Beauty News, os estudos serão feitos in vitro e in silico e terão avaliações rigorosas.

2. Grupo Boticário cresce 30% em vendas
Segundo matéria da Exame, o Grupo Boticário chegou a R$ 31 bilhões no último ano, o que representa um crescimento de 30% com relação ao ano anterior. A expansão se deu de forma global entre todas as dez marcas do grupo, entre elas Vult e Eudora, segundo o vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário, Artur Grynbaum. “O crescimento não diz respeito a apenas uma marca, categoria ou canal. Em um mundo cada vez mais volátil, decidimos mirar no consumidor, que é cross-marcas e cross-canal”, disse à reportagem. E ainda afirmou que a companhia investirá mais de R$ 4 bilhões nos próximos anos na expansão da produção, logística e distribuição.

3. Clinique monta coletivo de dermatologistas para promover educação de skincare
Com seu novo “Derm Creator Council”, a marca quer propagar informação correta nas redes sociais, além de falar sobre tendências de maneira profissional. Para montar o grupo de dermatologistas influencers, lá fora, a Clinique escolheu 7 profissionais que já trabalharam com a marca e que contam com um número grande de seguidores, além de fazerem sucesso no Tik tok. Os médicos irão mostrar a cara em conteúdos para redes sociais da marca e também orientar as publicações em que não aparecem. Com isso, a Clinique quer combater a desinformação sobre cuidados com a pele e não é por acaso: segundo matéria da Vogue Business, 90% dos consumidores das gerações Alpha e Z recorrem às redes sociais para ter aconselhamento médico.

E mais:

. Neste mês, que é de conscientização sobre a rosácea, Creamy se tornou a primeira marca nacional a receber certificação da National Rosacea Society Seal Of Acceptance (da Sociedade Americana de Rosácea). O Intensive Repair Cream é o primeiro produto de uma marca brasileira a receber o selo de produto indicado para tratamento de rosácea.

. Em comemoração aos seus 40 anos da marca, a M.A.C relança produtos das coleções de maior sucesso em parceria com a Disney — Aladdin, Cinderela e Malevóla vão estampar os itens da coleção ilimitada.

. Galderma anuncia “Conhecendo a pele com Cetaphil”, novo aplicativo que vai usar Inteligência Artificial para fazer “diagnóstico” de pele e indicação de rotina de cuidados. A tecnologia tem um banco de dados com 70 mil imagens de diferentes peles.

. Durante a in-cosmetics de Paris deste ano, a BASF ganhou quatro prêmios pelos novos ingredientes inovadores: Global Award para Hydrasensyl® Glucan Green (beta-glucano multifuncional) e Prêmio BSB de Inovação no primeiro, segundo e terceiro lugares com Epispot (para manchas), Tinomax (multifuncional com FPS) e Emulgade (estabilizante de cremes e loções).

. L’Occitane en Provence divulga campanha de Dia das Mães. Neste ano, a marca traz a carta de uma mãe para um filho para reforçar o vínculo de amor, além de um do vídeo de “Cultive o amor”, que faz a ligação entre o cultivo da terra e a relação maternal com suas raízes afetivas.

. Aveda anuncia Antonia Gentry, como embaixadora da nova linha de cachos. A atriz é conhecida pelos fãs da Netflix por estrelar Ginny and Georgia e por ter milhões de seguidores nas redes sociais.

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