Se antes a perfumaria parecia uma categoria de beleza um pouco mais atrás em questões de sustentabilidade, parece que o jogo está virando. Desde o ano passado marcas como Chanel e grandes empresas, como Coty, vem investindo em pesquisa para que os perfumes sejam cada vez mais naturais e amigos do ambiente — a marca francesa desenvolveu uma embalagem com tampa sustentável para o Chanel Nº5, enquanto o grupo está produzindo fragrâncias com etanol capturado por carbono.

Além dessas soluções pontuais, vemos que o refil é uma das soluções sustentáveis que mais tem ganhado força no ramo. Depois do pioneirismo do refil da fragrância Angel, de Thierry Mugler, lançada em uma época em que nem se falava em beleza sustentável e clean beauty, de uns tempos pra cá outras marcas vem fazendo mudanças nesse sentido. My Way, de Giorgio Armani Beauty, por exemplo, foi lançada no ano passado já com versão refil bem inovadora, que possui sistema de recarga que dispensa funil e elimina desperdício — com isso, estima-se o uso de 64% menos plástico e 55% menos vidros, além de papelão e metal. 

Por aqui, os destaques vão para Natura, que na semana passada apresentou o Essencial Refil para as fragrâncias feminina e masculina e para O.u.i., marca do grupo O Boticário lançada no ano passado e que já nasceu sustentável e com refil. “Pouquíssimas marcas de eau de parfum trabalham com esse conceito de refil no mundo e é uma inovação para o mercado brasileiro. Este tipo de embalagem está alinhada com nosso ideais de sustentabilidade da marca e do grupo”, diz Felipe Camara de Alvarenga, Gerente de Comunicação e Branding de O.U.i. Para o refil foi feita uma parceria com Techniplast, da Aptar, para uso da tecnologia RT-Twist, a mesma do My Way e do Sauvage da Dior. “Todos nossos produtos são veganos e cruelty free. No desenvolvimento, pensamos não só nas fragrâncias, mas como todo o portfólio poderia impactar positivamente o pilar de sustentabilidade”, finaliza.

TOP 3

1. As principais tendências de beleza para os próximos anos, segundo a McKinsey
O último relatório de moda e beleza da McKinsey, empresa americana de consultoria, apontou algumas coisas interessantes que devem vir com força este ano e prometem ficar. Uma delas é o foco na sustentabilidade — para além dos selos “cruelty free” e “embalagem reciclável” as empresas terão que se comprometer muito mais, já que o consumidor está cada vez mais exigente em relação ao assunto. Influenciados pela crescente ansiedade climática, mais da metade (51%) agora considera se um produto foi produzido com origem rastreável e transparente, por exemplo. Já quando se fala sobre maquiagem, o relatório trata o assunto da vez como Joyspotting, que significa que a maquiagem passa a ser vista com mais leveza e até como ferramenta de transformação. Ela vem da “Tiktokização” da beleza, onde há um incentivo por parte dos influenciadores para que os jovens abracem a fluidez da experimentação e se divirtam.  

2. Yasmin Brunet lança linha de beleza vegana e começa com haircare
Chamada Yasmin Beauty, a marca foi lançada esta semana com um produto multiuso para cabelos. O Óleo de Yasmin, vegano e desenvolvido com ativos 100% naturais, pode ser usado como finalizador, para hidratação, umectação e uso noturno. “Demorou um ano para chegar neste produto, testei muito. Queria que fosse para todos os tipos de cabelos e texturas. O importante para mim além do efeito do produto era que as mulheres pudessem se sentir incluídas e representadas”, disse Yasmin Brunet ao Belezinha. O produto de estreia, que custa 147 reais, tem na fórmula oito óleos nutritivos, entre eles argan, abacate, coco e linhaça. “Minha marca tem tudo a ver com meu estilo de vida e sempre sonhei com este produto. Coloquei nele todos os óleos que sempre usei e mais amo”.

3. L’Oréal divulga números de 2021 e revela ter tido ano histórico
O grupo compartilhou seus resultados de 2021 e, segundo o CEO Nicolas Hieronimus, o ano foi histórico. Isso porque a L’Oréal alcançou um crescimento recorde de 16,1% — o dobro do mercado mundial de beleza. As vendas chegaram a 32,28 bilhões de euros e também ganhou market share em todas as zonas, divisões e categorias. A L’Oréal Luxo tornou-se a maior divisão do Grupo, com maior sucesso em fragrâncias. Já a divisão de produtos de consumo, a maior Divisão em volume, fortaleceu sua posição, com destaque em maquiagem e o e-commerce cresceu 25,7%, respondendo por 28,9% das vendas. “Em um contexto global que permanece volátil no início do ano, estamos confiantes em nossa capacidade de superar o mercado em 2022 e alcançar mais um ano de crescimento em vendas e lucros”, disse Hieronimus. 

E mais:

. A Clarins UK lançou uma plataforma de conteúdo de beleza chama Beauty Daily com matérias sobre pele, maquiagem e autocuidado com consultoria de maquiadores e dermatologistas parceiros.

. A Natura lança um espaço dedicado à perfumaria e suas experiências no Centro de Inovação, em Cajamar. O espaço, com quatro ambientes, tem uma sala multissensorial e um jardim com mais de 50 espécies de plantas, foi idealizado pela perfumista Verônica Kato em parceria com o curador Marcello Dantas.

. A gente ama quando duas marcas de beleza se unem! Weleda e BioArt firmam parceria e, a partir desta quinzena de fevereiro, as linhas Biomake Ups e Biosolar poderão ser compradas nas lojas físicas da marca suíça.

. Podcasts de beleza no ar: a divisão de Personal Care da BASF lançou em seu podcast Deu Química, uma série sobre os bioativos utilizados na indústria cosmética chamada #BeautyCreations. Já a M.A.C está no ar com o T-Zone, apresentado pelo Diretor Criativo Drew Elliott e John Demsey, Presidente do Grupo Executivo da marca lá fora – ao todo são sete episódios (em inglês e disponíveis apenas na Apple Podcasts).