Unidas, as marcas O Boticário, Quem Disse, Berenice?, Eudora, Vult, O.U.i e Australian Gold acabam de lançar o movimento Diversa Beleza. Uma das metas é, até 2024, retirar de embalagens termos que possam impor algum padrão estético tanto dos produtos como de qualquer comunicação do mesmo. Os termos “perfeito” e “normal” serão retirados de peças e produtos. “Essa iniciativa é mais um passo de uma caminhada que começamos em 2020 com a retirada do termo ‘clareamento’ de toda a nossa comunicação, entendendo que poderia conter um viés racista. Diariamente, seguimos buscando conhecimento e percepções mais adequadas ao contexto em que estamos inseridos, sempre abertos a aprender e evoluir, portanto não desconsideramos excluir outros termos no médio prazo”, disse ao Belezinha, Renata Gomide, Diretora de Branding e Comunicação do Grupo Boticário.

A exclusão de termos que passam pelo etarismo e racismo tem sido uma preocupação da indústria da beleza. A movimentação começou em 2017 quando a principal publicação de beleza do mundo, Allure, publicou um manifesto contra o termo “anti-aging” e pressionou empresas de beleza a fazerem o mesmo. Um ano depois, a Lancôme chamou Isabella Rossellini, na época com 63 anos, para ser rosto de um hidratante para peles 50+, sem o uso do termo anti-idade. O Rénergie Multi-Glow trouxe um novo approach focando no viço e hidratação da pele e não em esconder as rugas — o que ficou conhecido como pro-age. Além da questão da idade, as marcas começaram a abolir termos racistas e segregacionistas de suas embalagens. Há dois anos a L’Oréal anunciou que iria remover alguns termos, como branco/clareador, claro/clareamento de produtos para uniformizar a pele. Na mesma época, por pressão dos consumidores, a sede indiana da Unilever anunciou que iria mudar o nome do creme “Fair&Lovely” para “Glow&Lovely.

Além do uso das palavras, um passo importante por parte da empresas é a inclusão cada vez maior de pessoas diversas também na comunicação visual — não só quando falamos em tons de pele, mas também de manchas, espinhas e cicatrizes. Neste sentido, O Boticário, dentro do movimento, fará edição inédita do banco de imagens Mulheres (In)Visíveis, em parceria com a consultoria 6510, especializada em mulheres. Ele terá, além de diversidade de cor de pele, imagens de pessoas com acne e melasma. A criação deste projeto está dentro de um dos dezesseis compromissos feitos no começo do ano, na agenda ESG (Environmental, Social and Governance) sobre “garantir que a comunicação das marcas represente a população brasileira, sem vieses e estereótipos de nenhum tipo até 2030”.

Top 4

1. Conscientes Juntos: o novo programa de sustentabilidade da Maybelline
São bem grandes as metas do Conscious Together que devem ser cumpridas até 2030. “Analisamos as principais áreas em que a Maybelline poderia causar um impacto ambiental positivo e estabelecemos metas ambiciosas que orientarão nossas ações até lá. Reconhecemos que ainda há muito a fazer e estamos comprometidos com ações concretas que nos ajudarão a acelerar nosso transformação sustentável”, disse Trisha Ayyagari, presidente global. A marca pretende ter todas as embalagens plásticas feitas de plástico reciclado, reduzir as emissões de carbono em 50% de todo o ciclo de vida do produto e usar 95% de ingredientes bio. A Maybelline tem feito ações em prol da sustentabilidade e não é de agora: desde 2018, substituiu 600 toneladas de plástico virgem por plástico reciclado e fez programas de devolução de maquiagem na loja em vários países.

2. Mercado Livre vai pagar maior parte dos custos de cirurgia de redesignação de gênero de seus funcionários
A iniciativa anunciada pelo varejista é para ser comemorada. A empresa vai cobrir 70% dos gastos de cirurgia de redesignação de gênero a todos os seus funcionários que se identificam como pessoas trans dentro do limite de cinco mil dólares. Além disso, anunciou que quer ajudar com seguro finança para aluguel de residências e assessoria jurídica para mudança de nome e gênero no registro civil — essa cobertura será de 100%. “A comunidade LGBTQIA+ é um dos focos da nossa estratégia de Diversidade e Inclusão. Queremos que nossos profissionais escolham o Mercado Livre porque se identificam com o nosso propósito, valores e cultura”, disse no anúncio Patrícia Monteiro Araujo, diretora de RH da empresa.

3. Mercado de beleza potável deve chegar em 8,30 bilhões de dólares em 2030
De acordo com o último relatório de visão de mercado da InsightAce Analytic, este mercado global foi avaliado em 3,29 bilhões de dólares em 2021 e deve chegar a 8,30 bilhões em oito anos. A gente falou aqui sobre esse assunto, principalmente do mercado asiático, onde os lançamentos estão bombando. O estudo aponta alguns fatores decisivos para que isto aconteça: maior conscientização sobre a saúde, estilo de vida e avanços tecnológicos na indústria de beleza vão impulsionar o crescimento deste mercado. E dentro da categoria dos ingeríveis vão se destacar os fitoterápicos para pele e suplementos personalizados.

4. L’Oréal apresenta novas tecnologias para a categoria de haircare
A gigante da empresa de beleza apresentou o Colorsonic, um dispositivo portátil, desenvolvido ao longo de cinco anos. Ele é o sonho de quem pinta o cabelo em casa pois é parecido com uma escova elétrica, onde há um espaço para colocar a tintura e espalhar o produto no cabelo sem fazer sujeira (!) e de maneira mais uniforme, com mais controle. Além disso, para os salões, a L’Oréal traz um sistema de coloração de cabelo conectado por IA para escolha da cor do cabelo. Com o Coloright, um provador virtual de cores que, através de algoritmos, leva a uma personalização do tom. Há mil e quinhentas possibilidades de resultados.

E mais

. O maquiador Gregoris Pyrpylis foi nomeado diretor criativo da Hermès Beauty sucedendo Jérôme Touron. Tradicional por suas fragrâncias, a marca lançou, em março de 2020, sua primeira linha de batons. A Hermès Beauty chegou ao Brasil no ano passado.

. A Farfetch entra para ao mercado de beleza com a compra da Violet Grey. A fundadora da multimarcas californiana de de beleza, Cassandra Grey, será consultora global da categoria no marketplace e co-fundadora da NGG Beauty, incubadora de novas marcas.

. A Givaudan adquire 48% de participação da Nanovetores, uma empresa brasileira conhecida por tecnologia de encapsulamento. A parceria deve trazer a expertise para uso em ativos cosméticos.

. Uma subsidiária da ByteDance, dona do TikTok, lançou uma linha de perfumes chamada Emotif. Os produtos, por enquanto, só são vendidos na China.

. Pesquisa do Instituto FSB encomendada pela SulAmérica revelou que 60% dos brasileiros que atualmente fazem terapia, começaram durante a pandemia. As principais queixas que levaram as pessoas a procurar ajuda foram: ansiedade (53%), alteração de humor (42%) e insônia (41%);