Recentemente a WSL Strategic Retail realizou seu simpósio anual de saúde em Nova York, com o tema “Beyond Wellness: The Future of Health. What Shoppers Really Want” (Além do Bem-Estar: O Futuro da Saúde. O Que os Consumidores Realmente Querem). Realizado desde 2019, o evento traz as tendências de consumo e conta com a presença de grandes representantes do varejo norte americano que trazem, junto com especialistas do mercado, as tendências com foco nas mudanças de comportamento dos consumidores. Além das trends, as palestras e mesas de debate destacaram o chamado “well-washing” e o impacto disso nos consumidores que, desconfiados, demandam por informações claras e baseadas em evidências para produtos e serviços. “Começamos a perceber uma certa incerteza e preocupação dos consumidores em todo o país [Estados Unidos] sobre esse conceito de bem-estar. Seis de cada dez pessoas nos disseram recentemente que não acham o bem-estar algo claramente definido mais”, disse durante o evento Wendy Liebmann, CEO da WSL, segundo publicação do WWD.

A saúde feminina também foi um dos tópicos centrais, com foco na menopausa e no bem-estar sexual. As palestras discutiram a necessidade de maior educação e treinamento para profissionais de saúde sobre essas questões. A crescente demanda por cuidados específicos para mulheres, como o cuidado pós-parto e o aumento das conversas sobre sexualidade feminina, também foi apontada como uma área de crescimento. Outro tema abordado foi o impacto da tecnologia no setor de saúde, com inovações como a inteligência artificial e novas formas de tratamento, como câmaras hiperbáricas e banhos gelados, que estão ganhando popularidade entre os consumidores.

Mudanças demográficas também marcaram as discussões do simpósio. A Geração Z, apelidada de “Spend Z” por sua forte influência nas decisões de consumo, está moldando o comportamento de compras, enquanto a população com mais de 50 anos também está em ascensão, demandando representações mais autênticas e modernas. A diversidade desta base de consumidores exige que as marcas se adaptem para oferecer produtos e serviços que atendam a um público não só mais amplo como exigente, levando em consideração suas necessidades específicas. Um super desafio.

O conceito de comunidade e engajamento também foi destacado como essencial para o bem-estar e a gente tem visto que marcas de beleza estão investindo pesado nisso. De acordo com especialistas, os consumidores de wellness não estão apenas em busca de produtos, mas também de conexões e experiências que promovam um sentimento de pertencimento. A Geração Z, por exemplo, está cada vez mais orientada por valores e prioriza empresas que compartilham esses valores. Isso tem levado ao crescimento de experiências de bem-estar em ambientes de varejo, como aulas de yoga e meditação, que aumentam o engajamento e promovem uma vida saudável.

O evento também destacou a crescente importância da saúde funcional, que vai além da longevidade e foca em viver uma vida saudável neste maior tempo. A saúde mental se consolidou como uma prioridade, com dados mostrando que o estresse é um dos maiores obstáculos para manter um estilo de vida saudável. Seja um banho gelado em uma academia ou uma câmara hiperbárica em um estúdio especializado, as modalidades de cura inovadoras estão em ascensão. Com isso, os consumidores estão mais interessados na categoria e buscam versões acessíveis. E a inteligência artificial também desempenhará um papel importante na descoberta de medicamentos, medicina personalizada e na previsão dos resultados de saúde no futuro.

TOP 3

1. The Body Shop encerra atividades no Brasil
A semana começou agitada com o anúncio, feito pelo Instagram oficial, de que a marca encerrou suas operações no país. A The Body Shop passa por um processo de reestruturação global, que também afetou outras unidades nos Estados Unidos e França. Após mudanças na propriedade, com a venda para a Aurelius em 2023 e a não renovação do contrato de franquia com a Natura, a marca encerra suas atividades no mercado brasileiro. Na mesma semana foi anunciado que a Serruya Private Equity concordou em comprar a The Body Shop Canadá. Os termos financeiros do acordo não foram divulgados, mas documentos judiciais divulgados na imprensa mostram uma negociação de 12,5 milhões dólares canadenses.

2. Grupo L’Oréal investe em campanhas digitais personalizadas
O grupo anunciou retorno de 155% sobre o investimento (ROAS) na parceria feita com a Serasa Experian com foco em campanhas do tipo “look-a-like” para o programa de fidelidade DermaClub. O objetivo era trazer soluções personalizadas aos consumidores e com isso aumentar o número de cadastros, incentivando também o consumidor de produtos como os das linhas Roche-Posay e Vichy. A empresa especializada em análise de dados usou inteligência analítica e ferramentas de clusterização para uma prospecção mais assertiva com a criação de “personas” de clientes. De acordo com o Grupo
L´Oréal, o ticket médio dos novos consumidores foi 21% maior nas primeiras compras. A campanha foi premiada na 30ª edição do Prêmio da Associação de Marketing de Dados (ABEMD).

3. Weleda inaugura centro logístico milionário de última geração
Localizado na Alemanha, em Schwäbisch Gmünd, e com um investimento de 90 milhões de euros, o centro ganhou o nome de “Cradle Campus”. São setenta e dois mil metro quadrados que centraliza as as seis unidades logísticas da marca e que vai atender 47 países e processar até dez mil pedidos diários. Produtos fabricados no Reino Unido, Suíça e Alemanha passarão pelo novo centro logístico da Weleda. Dentro das metas de sustentabilidade e compromisso da empresa com o tema, o local é 100% livre de emissões, alimentada por energia solar e geotérmica, e segue os princípios da economia circular. “A energia solar é gerada por dez mil módulos nas coberturas e fachadas. O Cradle Campus reflete a estratégia da Weleda, simbolizando crescimento responsável”, disse Tina Müller, CEO da Weleda na Alemanha.

E mais:

. A ResearchAndMarkets divulgou seu relatório “Skincare Market – Global Outlook & Forecast 2024-2029”. Fez a projeção de que o mercado global de cuidados com a pele alcance US$ 220,75 bilhões até 2029. E apontou como tendências o aumento das compras online e a busca por produtos limpos.

. A BASF e a INOCAS (Innovative Oil and Carbon Solutions) firmaram uma parceria de longo prazo para o desenvolvimento de óleos de macaúba com a extração tanto da polpa como do caroço. O objetivo é ter mais alternativas ao óleo de palma e recursos fósseis.

. A Puig adquiriu participação majoritária na Dra. Barbara Sturm, marca de skincare da dermatologista homônima. A médica, agora, terá uma participação minoritária e o cargo de diretora de desenvolvimento de produtos. O valor da negociação não foi divulgado.

. O objetivo da Natura é que até 2030, 30% dos seus funcionários sejam pretos e pardos até 2030, de acordo com a diretora de diversidade e inclusão Aline Lima em entrevista à Veja Negócios. A executiva declarou que os profissionais de posições gerenciais e de liderança autodeclarados pretos ou pardos representam 12,14% atualmente.

. O esmalte Bah, Guria está sendo relançado pela Colorama em uma edição limitada sendo todo o lucro das vendas revertido ao Projeto Pulso RS, que dá apoio e incentivo ao empreendedorismo de mulheres atingidas pelas enchentes.