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O crescimento da economia do sono, Natura líder em beleza no Brasil e América Latina, segundo a Euromonitor, e mais
por Manuela Aquino
Se há alguns anos atrás perder algumas horas de sono em nome do trabalho, por exemplo, era visto como sinal de interesse e produtividade, hoje, especialmente pós-pandemia, estamos cada vez mais conscientes sobre a importância de noites bem dormidas para nossa saúde como um todo — o que ainda não significa que a gente esteja dormindo melhor. Não à toa, além da indústria farmacêutica, os setores de beleza e bem-estar tem investido pesado nesse mercado, avaliado em mais de US$ 5 bilhões, segundo a Statista. Três componentes compõem a economia do sono: ajuste do ambiente, como roupa de cama, iluminação e gerenciamento de temperatura; gerenciamento de rotina, como monitoramento do sono ou aplicações de meditação; e tratamento terapêutico, como medicamentos vendidos sem receita ou prescritos, suplementos e dispositivos para apneia. À reportagem recente do Business of Fashion, que analisa esse mercado, Matteo Franceschetti, CEO da Eight Sleep, empresa americana iniciante de colchões com temperatura controlada diz acreditar que a privação do sono hoje é o novo tabagismo. A afirmação faz sentido visto que uma noite ruim de sono, pode gerar efeitos como tontura, irritação e ressecamento da pele, além das olheiras, claro. E a falta de sono crônica pode ainda elevar o risco de doenças como depressão e diabetes.
Saúde e beleza juntos era tudo o que a indústria do bem-estar precisava para alavancar a categoria do sono. E os gadgets são dos mais variados. A influenciadora norte-americana de bem-estar e podcaster Lauryn Bosstick lançou uma fita adesiva rosa em formato de lábio para usar durante a noite com a promessa de melhorar a respiração nasal e promover um sono mais profundo, além de maior energia ao acordar e pele descansada. O pacote custa U$S 38 e a primeira leva esgotou e formou uma fila de cem mil pessoas na espera. Fita bucal e fita de nariz são hit nesta indústria. “O mercado é muito grande, porque existe uma geração de pessoas que querem ser otimizadas”, disse à reportagem Jeff Byers, CEO da Momentous, empresa de suplementos para esporte e nutrição que comercializa um pack do sono com inositol, magnésio, e L-teanina — mix que representa cerca de 25% das vendas da empresa.
No setor de skincare, máscaras noturnas têm feito sucesso em lançamentos de marcas como Shiseido, Dior e Dermalogica, que nos Estados Unidos, lançou o Sound Sleep Skin Cocoon, gel que, além de revitalizar a pele, promete proporcionar sensação de relaxamento e se tornou um dos maiores sucesso da marca. Por aqui, marcas como Eudora e Kiss NY já têm suas versões. Para além dos cuidados com a pele, gadgets, cobertores e até cápsulas noturnas movimentam a economia do sono, como é o caso da recém-lançada Pod 3, da americana Eight Sleep, uma cápsula de dormir que se ajusta à temperatura corporal durante o repouso proporcionando um sono mais profundo. A empresa, que tem clientes como Mark Zuckerberg e Lewis Hamilton, está avaliada em US$ 500 milhões.
TOP 3
1. Estée Lauder monta laboratório de Inteligência Artificial
Em parceria com a Microsoft, firmada desde 2019, a iniciativa anunciada recentemente se trata de um laboratório de inovação vai usar Inteligência Artificial generativa nas marcas do grupo para que as equipes tenham ferramentas certeiras para identificar tendências, desenvolver produtos a partir de dados e otimizar a experiência do consumidor final. O objetivo é que seja possível trazer ao mercado, de maneira mais rápida, lançamentos alinhados com tendências emergentes. Um dos projetos já em andamento é um chatbot interno para que, por exemplo, uma pessoa da equipe de marketing consiga consultar um banco de dados sobre “linhas finas e rugas” e entender sobre ingredientes, legislação e sobre o que vai bombar no mercado. A Inteligência Artificial da Microsoft vai ser usada também para recapitulação de conversas e feedbacks de consumidores nos call centers e automatização de reclamações e suas soluções.
2. Natura é líder em beleza no Brasil e América Latina
O mais novo relatório da Euromonitor International aponta que a marca cresceu 15% no Brasil e 35% na América Latina. Por aqui, as categorias de perfume, maquiagem, sabonetes e cabelos cresceram 20%. E as linhas Tododia, Essencial e Kaiak são as que mais impulsionam os números, de acordo com o levantamento. A Natura tem atualmente, além da venda direta e e-commerce, novecentas lojas físicas por onde passaram vinte milhões de clientes no ano passado. E a Natura &Co finalizou o ano com R$ 35 bilhões de receita bruta e GMV de R$ 48,5 bilhões, já tirando da conta The Body shop e Aesop que foram vendidas no ano passado.
3. Simple Organic investe em produtos acessíveis
Depois de sete anos no mercado nacional, a marca quer redefinir os padrões de beleza limpa. Para isto, anunciou esta semana a linha sustentável de cuidados para pele [R]evolution em uma produção em maior escala e preços mais acessíveis. Sob o lema “Clean beauty de verdade, em larga escala”, a linha da Simple Organic traz produtos como o Ultra Sérum Ácido Glicólico + Ácido Hialurônico + Squalane por R$ 65, que promete esfoliar e hidratar ao mesmo tempo. O preço máximo dos produtos é R$ 89 e serão vendidos no e-commerce da marca, lojas físicas e farmácias. Apesar de os produtos limpos serem mais caros do que os comuns, o mercado continua bem aquecido: neste ano chega a US$ 22 bilhões, de acordo com a consultoria Statista.
E mais:
. Cimed coloca em circulação vinte e cinco mil unidades do Carmed Madonna, edição limitada em parceria com a cantora, para ativações durante o fim de semana do show da cantora, em Copacabana, no Rio de Janeiro. O foco é aumentar o conhecimento da marca no mercado internacional e entre o público 40+. O hidratante labial limitado tem gostinho de cereja.
. Bella Hadid lança sua marca de fragrâncias, a Orebella. Para o lançamento, foram colocados à venda três perfumes sem gênero com ingredientes limpos, sem álcool e óleos essenciais de gerânio, amêndoa e rosa. Foram desenvolvidos em parceria com as casas de fragrâncias Firmenich e Robertet.
. O laboratório francês Naos, das marcas Bioderma, Esthederm e Etat Pur, tem pela primeira vez um brasileiro como um de seus CEOs globais: Murilo Teixeira vai ser da diretoria global conjunta. Tem oito anos de empresa e era CEO Brasil.
. Pela primeira vez a La Mer convida um homem para ser seu embaixador. O cantor de Taiwan Jay Chou, de 45 anos, vai participar da campanha dos produtos The Treatment Lotion e The Hydrating Infused Emulsion.
. A Kylie Cosmetics de Kylie Jenner entra para o crescente mercado indiano. Estará disponível em 25 lojas da Sephora em todo país. A Índia é o quarto mercado mundial em beleza e cuidados pessoais e deve fechar em US$ 18,4 bilhão em 2032, segundo a Custom Market Insights.