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O futuro da beleza é regenerativo, dados sobre hábitos de skincare dos brasileiros e mais
por Manuela Aquino
“Um novo pensamento sobre a relação simbiótica entre a saúde do solo do planeta e nosso próprio bem-estar físico e mental está prestes a mudar o que pensamos sobre comer de maneira mais saudável e em como usamos beleza limpa”, disse Beth McGroarty, vice-presidente de pesquisa e previsão do Global Wellness Institute ao Financial Times. A publicação, que fala sobre a importância do solo para a indústria da beleza, diz que entramos em uma era em que práticas amigáveis com a terra e agricultura regenerativa vão alimentar também o que colocamos em nossa pele. No entanto, a crise do solo — o Fórum Econômico Mundial estimou que temos menos de sessenta anos para sua existência como conhecemos hoje e mudanças nas plantações se fazem necessárias — mexe também com as questões climáticas, e é o motivo pelo qual marcas de beleza estão trocando a palavra sustentabilidade por regeneração, representando algo mais ativo e que traz soluções para a melhora da qualidade do solo desenvolvendo sua biodiversidade.
Além da questão com a preservação de algo vital, as empresas estão percebendo que a agricultura regenerativa traz ativos mais potentes. “As práticas de agricultura regenerativa que seguimos em nossa fazenda em Vermont utilizam o poder da fotossíntese para fechar o ciclo do carbono, melhorando a saúde do solo, a resiliência das culturas e a densidade de nutrientes de nossos ingredientes para a pele”, disse à reportagem Tata Harper, fundadora da marca de skincare que leva seu nome. Os extratos de calêndula, alfafa, camomila e lavanda cultivados regenerativamente em solo orgânico compõem sua linha de pele batizada de Superkind. Para Aurélien Guichard, co-fundador da casa de fragrâncias Matière Premièr, proteger o solo é uma forma de preservação e de produzir ingredientes vegetais de alta qualidade que “criam aromas de pureza excepcional”. Na fazenda deu sua família em Grasse, na França, joaninhas são colocadas nas plantas no lugar de pesticidas.
A potência destes produtos também foi tema de uma análise da Allure, que aponta “agricultura regenerativa” como a nova palavra do glossário da indústria da beleza. “A biodiversidade sobre a monocultura faz com que um grupo variado de plantas ‘converse’ entre si, trocando açúcares e outros nutrientes por meio de micróbios no solo”, disse ao site Jason Rowntree, diretor do Centro de Agricultura Regenerativa da Michigan State University, nos Estados Unidos. Ele explica que o solo fica mais vivo e com menor necessidade de uso de agrotóxico. “Estudos indicam que plantas cultivadas em solos mais saudáveis tendem a ter mais fitonutrientes”, disse. Não há dados sobre plantas cultivadas especificamente para a indústria da beleza mas, pela lógica, elas podem sim levar a um creme formulado com extratos botânicos mais potentes. Lembrando que o melhor exemplo é made in Brazil: Natura Ekos é exemplo pro mundo todo de como combinar tecnologia com biodiversidade, cultivando não só bons ativos, mas relações éticas.
A gente ama esse tema no Ciao, Bela. Vem ouvir mais sobre solo e regeneração aqui:
TOP 3
1. Pesquisa mostra que 23% dos brasileiros nunca foi ao dermatologista
Encomendada pela TheraSkin® e realizada pela Ipsos, a pesquisa falou com mil pessoas entre 18 e 59 anos e 86% delas têm problemas de pele, 23% nunca foi a uma consulta com o especialista e 47% faz a visita ao dermatologista uma vez ao ano. A pesquisa mostrou também que as mulheres se cuidam mais que os homens quando se trata de passar protetor solar diariamente – 33% deles têm este ritual contra 67% delas. Por último, dados que chamaram atenção dos especialistas: nos últimos seis meses 23% dos entrevistados disseram ter sofrido com algum tipo de alergia na pele e 30% declararam fazer uso de antialérgicos por conta própria e 15% escolhem receitas caseiras para resolver o problema na pele.
2. La Roche-Posay lança Lipkar em embalagem eco friendly
A marca de cuidados com a pele do Grupo L’Oréal anunciou o creme hidratante Lipikar AP+M em embalagem com papelão na composição e 60% menos plástico. O produto da La Roche-Posay está disponível no tamanho regular de 200 ml e em uma versão maior, com o dobro de produto, e uma bomba feita de 96% de plástico reciclado. Além da embalagem, a manteiga de karité é de origem sustentável de Burkina Faso, país onde a marca tem uma ação com as comunidades produtoras. Até o final de 2023, quarenta mil mulheres serão apoiadas por meio deste programa de abastecimento.
3. Indústria da beleza precisa aprender a lidar com o desperdício, segundo relatório
O levantamento foi feito pela empresa de ciência de materiais Avery Dennison e mostra dados impressionantes. Mais de 10% dos produtos de beleza são desperdiçados nas cadeias de suprimentos das marcas. A porcentagem representa 4,8 bilhões de dólares. “A atual interrupção da cadeia de suprimentos está levando a uma crise de resíduos na indústria da beleza e em outros lugares”, disse Francisco Melo, vice-presidente sênior e gerente geral da Avery Dennison ao site Cosmetic Business. O relatório aponta que a superprodução e o excesso de estoque foram os maiores culpados pelo desperdício da cadeia de suprimentos, respondendo por 6,2% dos produtos descartados. E 4% do estoque vai para o lixo devido ao perecimento, deterioração ou danos aos produtos. Por outro lado, as marcas se mostraram preocupadas com o assunto: 77% dos entrevistados disseram estar mais conscientes com a questão e fazendo rastreamento de desperdício da cadeia. Foram consultadas mais de sessenta empresas de beleza e cuidados pessoais dos Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Japão.
E mais:
. A Avon anunciou que suas operações de Pesquisa e Desenvolvimento estarão fixadas no Brasil e na Polônia, dois de seus maiores mercados, e as instalações de Nova York serão fechadas. Segundo comunicado, isso vai permitir maior proximidade com representantes e consumidores.
. Com Love Rush, Paris Hilton lança sua vigésima nona fragrância. Com bergamota italiana, néctar de damasco branco, gardênia, sândalo e orquídeas de baunilha, o perfume foi elaborado por Clement Gavarry da Firmenich.
. Dados da ABIHPEC mostraram que o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos registrou um crescimento de 13,7% nas exportações de janeiro a setembro de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. Chegaram a 588,3 milhões de dólares as vendas ao exterior.
. A Puig lança a primeira linha de pincéis Christian Louboutin com um conjunto para pó e blush e outro para os olhos com três itens. Os acessório vêm em caixas vermelhas que remetem à sola dos famosos sapatos do designer.