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O futuro do mercado com os grandes grupos vendendo algumas de suas marcas e outras notícias
por Manuela Aquino
Esta semana, a Natura &Co avançou nas negociações da venda da The Body Shop. A companhia assinou um acordo de exclusividade para negociar a venda com a Aurelius Investment Advisory Limited, empresa londrina de capital privado. No entanto, ainda não há dados sobre os termos e valores e pode ser também que a negociação não seja finalizada. A marca britânica foi comprada pela Natura em 2017 por
1 bilhão de euros e, em setembro deste ano, houve liberação pela busca por possíveis compradores.
Diante desta negociação e de outras que temos acompanhado e que estão movimentando o mercado, a pergunta é: por que os maiores conglomerados de beleza estão vendendo algumas de suas marcas? De acordo com análise do site especializado Business of Fashion, o motivo principal seria a concorrência cada vez mais acirrada, principalmente entre as marcas populares. O que leva a uma mudança interna das empresas, que passam de generalistas a especialistas, na tentativa de que não haja luta de mercado entre marcas do mesmo grupo e para que haja redução de custo — de produção a recursos humanos.
Além de Natura, Unilever e L’Oréal passam a fazer algumas separações. Recentemente, o grupo francês vendeu a Sanoflore, marca de cuidados naturais para a pele, e encerrou a comercialização da Decléor, de skincare com óleos essenciais. As duas ficavam na divisão dermatológica ao lado de Vichy, La Roche-Posay, Cerave e Skinceuticals. Na conta da venda delas mais a aquisição da Aesop (ex-Natura), houve economia para o conglomerado. Já a Unilever contratou dois bancos de investimento em setembro para vender uma fatia de seu portfólio de produtos não essenciais, que inclui Caress, TIGI, Q-Tips e St. Ives. “Historicamente, o foco era apenas ser uma empresa de beleza. Existe agora uma visão de que a especialização permite estratégias que atraiam mais valor, em vez de um portfólio com um pouco de cada coisa”, disse ao site Marko Horvat, diretor-gerente do banco de investimentos Raymond James.
TOP 3
1. Unilever anuncia aceleradora para creators
O projeto “Tudo Pra Creator” será um curso online para formar e capacitar mais profissionais criadores de conteúdo do segmento de beleza. Produzida pela Mynd, a iniciativa terá algumas das influenciadoras da agência, como Niina Secrets e Lettícia Muniz, ministrando cursos que passam por gestão de redes sociais, gestão financeira e direito digital. Por ser totalmente virtual, a Unilever pretende alcançar criadores dos mais diversos cantos do país, chegando a 5000 pessoas. O programa de aceleração faz parte de um projeto de fortalecimento da marca, que quer se aproximar dos criadores e pretende torná-los especialistas em beleza. “Os produtos de beleza estão entre os mais comprados a partir da recomendação de um influenciador. Além disso, reconhecemos a importância do nosso papel como marca na construção e evolução do mercado de influência”, disse no lançamento do projeto Paula Paiva, líder de conteúdo e influência da Unilever Brasil.
2. O mercado de beleza no Brasil cresce em relação aos últimos dois anos
As vendas de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) cresceram 16,5% em 2022. O dado é motivo de comemoração, pois nos anos anteriores o crescimento foi bem mais leve — 4,7% em 2020 e 1,7% em 2021. De acordo com o relatório da Euromonitor Internacional, as vendas por aqui chegaram a US$ 26,9 bilhões e tem projeção de chegar a US$ 38 bilhões em 2027. O mercado brasileiro segue em 4º lugar no ranking global, atrás de Estados Unidos, China e Japão.
3. Dr. Jones e La Roche-Posay investem no mundo gamer
A Dr. Jones, marca masculina de cuidados do Grupo Boticário, segue a estratégia de se aproximar do público gamer. Desta vez, patrocinará a participação do Flow Games, podcast de games, à Blizzcon — conveção anual realizada pela Blizzard Entertainment, pertencente à Microsoft. E, em dezembro, também levará os apresentadores do Flow Games ao The Game Awards, um dos maiores torneios da indústria de jogos. Já La Roche-Posay, da L’Oréal, fará ações dentro dos jogos The Sims e Minecraft para falar sobre proteção solar e divulgar o recente Anthelios UV Mune 400. Serão oito influenciadores responsáveis pelas ativações, que acontecerão ao vivo entre outubro e dezembro, nas plataformas de jogos e também no Twitch e YouTube. A marca dermatológica tem a expectativa de alcançar 15 milhões de pessoas no total.
E mais:
. Neste ano, a feira da indústria Beautyworld Middle East terá participação de mais 60 empresas brasileiras, um recorde, de acordo com Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. De acordo com a ABIHPEC, no ano passado, os negócios feitos lá pelas empresas que buscam internacionalização, chegaram a US$ 5,7 milhões de dólares.
. Dove se une à Nike para lançar o programa de treinamento Body Confident Sport, que visa, por meio de um conjunto de ferramentas online com conteúdos, aumentar a confiança corporal de meninas e adolescentes de 11 a 17. A tenista Venus Williams participa do projeto.
. Grupo Boticário reabre exposição “O Mundo do Perfume – Viagem pelas Fragrâncias”, instalada no Museu Catavento, em São Paulo, desde 2017. No espaço de 100 m2 o público tem contato com a história e a cultura da perfumaria. Apelidado pelo público de “museu o perfume”, a exposição tem apoio da Givaudan, Porvital e Wheaton.
. Ainda sobre Grupo Boticário: a empresa venceu o Prêmio CEBDS de Liderança Feminina, na categoria “Mulheres no Board”, para empresas que atuam na equidade de gênero. Realizado anualmente pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, a premiação reconhece empresas que contribuem com o ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
. Bianca Andrade, fundadora da Boca Rosa Beauty, encerrou sua parceria com a Payot depois de cinco anos. A empresária começa uma nova fase, totalmente solo, e dá continuidade ao trabalho iniciado em 2018 – sua marca faturou 180 milhões em 2022.
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