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O futuro verde dos salões com o Laces e o projeto Bioma, a nova calcinha absorvente da Pantys e mais
por Manuela Aquino
Em 1987, quando começou com seus primeiros atendimentos, Cris Dios não ouvia falar em sustentabilidade da maneira que conhecemos hoje e ali começou a trilhar o caminho dos produtos naturais e veganos. Hoje sua rede atende mais de 60 mil pessoas ao ano, no conceito de salão de beleza que dá atendimento personalizado e, se possível, demorado. “Como temos um contato mais direto com o consumidor plantamos esta semente, de ter consciência na escolha de produtos e de processos mais saudáveis”, diz em entrevista ao Belezinha. E depois de trinta e cinco anos, a empresária ainda acha que há muito para se caminhar. “O mercado de beleza clean, por exemplo, representa apenas 3% em comparação com o cosmético tradicional”, continua.
A seguir, ela conta também sobre o conceito dos salões com selo Bioma e seus objetivo de democratizar o atendimento, começando pelo mais novo empreendimento em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
Qual a diferença que você percebe no consumidor de hoje, comparado com o que ia no seu salão décadas atrás?
A mudança na conscientização é notável: as pessoas estão mais preocupadas com o que se coloca no cabelo, no couro cabeludo. Sinto que estão em busca de mais informação sobre o assunto e têm mais acesso a elas, se interessam pela matéria-prima que compõe os produtos, por exemplo. Antes, o foco era no resultado, não importava como você chegaria lá. E, embora ainda exista um grande número de pessoas que se preocupam mais resoluções imediatas, aquela que você vê logo no espelho, há uma consciência de buscar o que é proveniente de um comércio justo, do que não é testado em animais e com formulações saudáveis.
A pandemia valorizou rituais de beleza e momentos de cuidado tranquilos e demorados. Você sentiu isso depois da reabertura dos salões?
O momento do cliente no Laces sempre foi muito pautado na experiência, desde a arquitetura e presença de luz natural aos cheiros e massagens. Então, todos os nossos processos sempre foram muito ritualísticos, mais demorados, podendo durar até duas horas. Hoje isso é um grande desafio porque, apesar da valorização desses rituais, as pessoas têm cada vez menos tempo e este tempo é precioso. Com a pandemia senti que o número de visitas é menor, que não é mais aquela coisa quinzenal, é uma ida só para resolver mais coisas. E que a necessidade de estender esses rituais em casa permanece.
Como funciona a transformação de um salão convencional no Bioma, para que haja o tratamento que você oferece no Laces? Como é esta dinâmica?
A gente recebia diariamente e-mails e mensagens sobre como a gente trabalhava e isso aumentou na pandemia, porque as pessoas queriam reabrir com algo a mais. Muitas não conseguimos atender pois tem um custo elevado, essa é uma operação de R$ 2,5 milhões. Além disso, é necessário estar familiarizado com o universo da clean beauty. Então, pra começar, a gente faz um diagnóstico, com ajuda de uma arquiteta, para mudanças no ambiente, como mudança de decoração e implementações sustentáveis, como painel solar. Acontecem casos tanto de ter que mudar absolutamente tudo no espaço, até cadeiras e lavatórios, como só fazer adaptações. Quem tem a propriedade do salão se torna um licenciado e conta com uma assessoria de negócios e de como gerir pessoas. Hoje temos 20 Biomas, dez deles reformulados nos últimos quatro meses. A meta é de chegar a 600 este ano. É uma meta grande, precisamos de investimento, mas, por enquanto, trabalhamos com recursos próprios, de maneira mais orgânica.
Vocês acabaram de inaugurar o Bioma Belezinha, em Paraisópolis. Como surgiu esta oportunidade e quais seus planos para o futuro?
A gente já fazia alguns trabalhos na região quando Wallace Rodrigues e a Mônica Jesus, proprietários do Belezinha, nos procuraram. Visitamos o espaço, pesquisamos o mercado da região e as demandas dos clientes. Depois de dois meses testando os produtos e serviços, a Mônica já tinha um feedback positivo. Futuramente, minha vontade é democratizar ainda mais este tipo de atendimento.
Quais os próximos passos do portfólio de produtos?
O próximo lançamento será voltado ao couro cabeludo, com uma linha de óleos essenciais com ativos da Amazônia, como açaí e copaíba. Vamos lançar também uma linha de nutrição dentro da linha leite da LCF. Para este ano o foco são os produtos com ingredientes no bioma brasileiro. Com certeza há uma evolução dos produtos para fios crespos e pretendemos trabalhar nisso também.
TOP 3
1. Pantys lança calcinha absorvente que atende até o número 68
Desenvolvida em parceria com a marca de roupas WonderSize, a novidade já está à venda para consumidores nos sites das duas marcas. A Wonderful é uma calcinha que serve para fluxos intensos e seu formato foi desenvolvido especialmente para o corpo gordo — tem sustentação reforçada e proteção de atrito. “Pessoas gordas são mais de 66% da população e ainda não tínhamos peças a partir do 52 que entregassem segurança, conforto e liberdade para mulheres gordas maiores”, disse no comunicado de lançamento Amanda Momente, fundadora da WonderSize. A calcinha, que ficou mais de um ano e meio sendo desenvolvida, segue os preceitos de redução de impacto ambiental da Pantys e tem carbono zero.
2. Sephora faz parceria com TikTok para aceleração de startups
Esta semana Sephora e TikTok anunciaram o Incubator Program, que irá conectar influenciadores a marcas de beleza no programa Accelerate, da varejista do grupo LVMH. O objetivo é que os fundadores de doze startups aprendam sobre estratégias digitais e maneiras melhores de colocar em prática conteúdos relevantes na rede, além de ter mentoria de influenciadores fortes do TikTok. Entre as participantes haverá três startups — Topicals, Eadem e Hyper Skin – que fizeram parte do Sephora Accelerate 2021. “As marcas com uma compreensão experiente das mídias sociais têm uma clara vantagem que é construir conexões genuínas”, disse Brent Mitchell, vice-presidente de Marketing, Social e Influenciador da Sephora.
3. Givaudan desenvolve novo ingrediente com efeito lifting
O Gravityl foi desenvolvido pela Givaudan Active Beauty para ser usado em produtos de skincare com efeito tensor. Segundo a empresa, este ingrediente, natural, foi criado por biotecnologia marinha a partir de uma macroalga vermelha com propriedades de melhorar o contorno facial. Durante o processo de desenvolvimento do produto, foram feitos dois testes clínicos com uso também de placebo em mais de oitenta mulheres entre 35 e 75 anos e ficou constatada uma melhora na firmeza e a elasticidade da pele, além de ter reforçado a estrutura, apresentando mudanças, por exemplo, no contorno do queixo. Para ilustrar a eficácia do Gravityl, a Givaudan apresentou o S3D Jawline Reshaper que também é composto também pelo Agefinity e Acerola LG, desenvolvidos pelo grupo.
E mais:
. Vanessa Hudgens se une à Amazon para relançar sua marca de skincare KNOW Beauty. A parceria acontece depois de dois anos do lançamento inicial da linha, que agora terá só um produto: o Glacial Bay Clay Mask.
. Até dia 3 de abril estão abertas as inscrições para o projeto Apoio Fundação L’Occitane voltado a organizações do terceiro setor que estejam fazendo trabalhos em prol da biodiversidade e redução de desperdício com trabalhos comunitários e operações sustentáveis. Cada ONG vencedora receberá 115 mil reais de L’Occitane en Provence como apoio financeiro. Mais informações aqui.
. No próximo dia 26, em São Paulo, acontece a Corrida Granado Pink. Com largada no Shopping Anália Franco, o evento é ideal para iniciantes e contará com ativações de beleza e bem-estar, como esmaltação e massagem. Inscrições abertas até 25/03.