Nos últimos dois anos, vimos um boom de celebridades lançando suas próprias marcas de beleza. E, especialmente em 2021, muitas delas foram além, acompanhando os movimentos sociais e adentrando o terreno do genderless. Já falamos aqui como a indústria da beleza tem se movimentado para ser mais inclusiva, com marcas como a americana ASOS fundindo suas sessões de cuidados masculinos e femininos juntos, por exemplo, e mostrando que o varejo deve começar a se movimentar neste sentido de posicionamento. Antes, se nenhum famoso lançava sua marca sem olhar para a categoria de skincare, daqui em diante, ampliar o portfólio de itens sem gênero, como esmaltes e maquiagens será essencial.

O último que entrou neste mercado e ganhou destaque da Dazed foi o rapper Tyler, The Creator com o lançamento da Golf Le Fleur — que tem além de roupas e acessórios, tem perfume e esmaltes para todo mundo. Foi assim também com Harry Styles, que ano passado estreou com a Pleasing, apresentando uma linha de esmaltes e um sérum iluminador e o cantor e ator Machine Gun Kelly que apostou nas unhas em sua estreia com a UN/DN,.

Para Iza Dezon, consultora estratégica e expert em tendências de moda, beleza e comportamento, ‘genderless’ é um conceito que precisa ir além da questão do unissex — como foi nos anos 90 — com o lançamento de fragrância tipo a CK One, por exemplo. “Agora formatos, fórmulas e experiência precisam vir juntos e esse é o desafio. Como fazer uma fórmula de rosto para homens e mulheres com diferentes necessidades em um produto”, explica. Ela cita como exemplo bacana o esmalte em caneta sem gênero lançado pelo rapper Lil Yatch, com formato que ajudaria os homens e mulheres na tarefa de passar o produto. No fim, ele acabou sendo inclusivo, sem querer, com as pessoas com deficiência que tenham questões de mobilidade. “O melhor exemplo para mim até agora é a do Pharell Williams, a Human Race, que trouxe a questão do gênero, do tipo de pele e da cor também. E na comunicação da marca não há um rosto ou alguns deles, é uma resignificação”, diz Iza. Por enquanto, a linha do rapper tem limpador em pó, esfoliante de enzima de lótus e creme umidificante.

TOP 4

1. L’Occitane, Biotherm e Sisley apresentam novas embalagens sustentáveis
A Biotherm fez uma parceria com a empresa de embalagens Texen para desenvolver a tampa de seu novo creme Blue Beauty — feita de polipropileno (PP) 100% reciclado sem a necessidade de aplicação de verniz de proteção. Já a TNT Global Manufacturing foi a parceira da Sisley na criação da embalagem recarregável do batom Phyto-Rouge Shine, que conta com alumínio e PP (plástico reciclável). Por fim, a L’Occitane lança embalagens circulares para a linha amêndoas, em conjunto com três companhias, entre as quais a Albéa. O tubo e a tampa são projetados para serem totalmente recicláveis ​​e feitos de 93% de polietileno reciclado (PE).

2. Natura &Co tem lucro de R$ 1 bilhão em 2021
Segundo o balanço anual, o grupo, que é dono das marcas The Body Shop, Avon e Aesop, no último ano conseguiu reverter o prejuízo líquido de 650,2 milhões de reais do ano anterior e teve lucro de 1 bilhão. De acordo com a empresa, os avanços na transformação da Avon e crescimento no mercado hispânico ajudaram a alavancar os números. A receita líquida consolidada foi de 40,1 bilhões de reais, o que representa uma alta de 8,8%. As vendas online junto com as vendas em aplicativos foi responsável por 52% da receita total. “Esse desempenho reflete a notável mobilização de nossas equipes para focar na rentabilidade, mas também a força do nosso modelo omnichannel e a profundidade da reinvenção do modelo de social-selling por meio da venda habilitada digitalmente”, disse a Natura no comunicado de divulgação do balanço. Ainda foram divulgadas doações significativas para organizações humanitárias que atuam na Ucrânia e a suspensão das operações na Rússia para The Body Shop e Aesop.

3. Unilever e a co-criação de marcas sustentáveis
“Estamos criando a próxima geração de tecnologias e ingredientes para nossos produtos de beleza e cuidados pessoais que não são apenas altamente eficazes, mas também naturais e sustentáveis”, diz o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Unilever, Richard Slater. Isso quer dizer que estão se associando a marcas emergentes e pequenas, bem como startups para unir forças e criar o futuro sustentável do conglomerado com inovação. O primeiro passo para atrair empresas de beleza biodegradáveis, como eles definem, começou em setembro do ano passado com o lançamento da plataforma Positive Beauty Growth — quase 300 empresas se inscreveram e foram selecionadas 33 delas. Agora, ficaram cinco. Todas elas alinham sustentabilidade com alta tecnologia como a Anzu.IO, de Israel, que coloca anúncios e promove venda dentro de video games.

4. CBD: plataforma de negociação de estoque e mercado crescente
Focada em produtos de cannabis, a ferramenta foi lançada na Europa nesta última semana para “promover a qualidade e a transparência da semente à prateleira”. A CBX Stock Exchange está sediada em Genebra, na Suíça, e foi fundada por um ex-banqueiro e fabricante de canabidiol. E como funciona? A CBX é um mercado online para compradores e vendedores de produtos de cannabis cuja segurança e qualidade são certificadas por um terceiro, um laboratório independente na Suíça, que conecta os produtores de cannabis a uma variedade de indústrias, do bem-estar à beleza, oferecendo comércio de flores de cannabis, biomassa de cânhamo, entre outros.

E mais:

. Estée Lauder comemora um ano no Brasil e anuncia parceria com a atriz Giovanna Antonelli, que estreia em uma campanha para destacar os best sellers, Advanced Night Repair e a base Double Wear.

. A Weleda encerrou temporariamente o fornecimento de produtos da marca para a Rússia bem como outras atividades comerciais e de marketing. Além disso, anunciou a doação de 100 mil euros para ajuda humanitária na Ucrância.

. Plein Air é o nome da nova linha da Hermés Beauty. Com embalagens clean e pegada jovem, a marca coloca no mercado bálsamo para pele, dois tipos de pó finalizador e acessórios com pincel e lenço antioleosidade.

. La Prairie anuncia novo CEO – Philippe Lamy, especialista em varejo, que trabalhou treze anos na L’Oréal, assume a marca pertencente ao grupo Beiersdorf.