Desde o início do isolamento social, em março de 2020, empresas que trabalhavam com o varejo precisaram fortalecer suas plataformas de e-commerce para sobreviver. Isso significa não só usar todos os canais disponíveis (cada um com sua linguagem própria) para divulgação dos produtos e levar o consumidor para as compras virtuais, como também aprimorar questões de logística, usar inteligência artificial e até realidade aumentada como ferramenta de experiência. E quem teve condições de fazer tudo isso, se deu bem. Segundo o último relatório da Neotrust, o Brasil segue um crescimento exponencial no comércio online e o setor de saúde, beleza e perfumaria tem destaque com acréscimo de 14,4%, entre 2019 e 2020. Além disso, a categoria faturou 5,7% a mais do que o ano anterior. Já para 2021, a projeção de crescimento para o mercado digital de beleza é de 23% e o faturamento de R$ 8,1 bilhões. Diante disso tudo, algumas tendências, também muito ligadas às movimentações gerais da indústria de beleza que sempre falamos por aqui, começaram a aparecer nos e-commerce. A MMI, empresa de monitoramento de tendências do setor aponta algumas delas:

1. Diversidade: para eles, o setor de beleza é o mais diverso que existe. E para que dê certo neste sentido, o comércio eletrônico não deve começar com segmentação e dizer ao seu público “isso é o que você precisa” – tem que ter a participação direta do consumidor no processo.

2. Autenticidade importa cada vez mais: como exemplo, citam a Urban Decay e a campanha “eu adoro ver poros”. Em uma pesquisa, 90% dos consumidores preferem se fidelizar a marcas autênticas. 

3. Realidade aumentada: apesar do crescimento do e-commerce e da facilidade em fazer compras de casa, 85% dos consumidores preferem as lojas. Por isso, ferramentas como a Sephora Virtual Artis é um bom exemplo de como experimentar make em frente ao computador ou celular.

4. Experiência do usuário: 87% dos consumidores americanos entrevistados dizem que as marcas precisam trabalhar mais para oferecer uma experiência perfeita. Para que um like em um post possa redirecionar a pessoa exatamente para aquele produto, em um ambiente agradável. Para isso, uma boa estratégia de marketing omnicanal: uma que garanta uma mensagem consistente em todos os canais.

5. Saber indicar: nos últimos cinco anos, a pesquisa “base para minha pele” no Google mais que dobraram. Isso demonstra que o consumidor precisa de ajuda para escolher seu produto e esta escolha precisa ser certeira: ele espera que entendam suas necessidades exclusivas. Para isso é preciso ter uma boa gama de tons dos produtos e um canal de escuta do cliente, entre elas espaço de review, para conhecer melhor o público.

Top 5

1. A autoestima das mulheres aumenta com a idade?
Uma pesquisa feita por pesquisadores australianos e neozelandeses, das universidades de Griffith, Auckland e Queensland, e publicada na revista Body Image (volume 19) mostra que a autoconfiança pode aumentar com a idade, pelo menos para algumas mulheres. Os pesquisadores entrevistaram 5.26 pessoas com idades entre 18 e 94 anos, dessas 63% eram mulheres, e descobriram que elas geralmente estão insatisfeitas com seu corpo, mas que a autoestima aumenta com a idade, atingindo seu pico aos 60 anos. Eles não explicaram de maneira detalhada as causas dessa mudança de atitude, mas ofereceram uma possibilidade: à medida que envelhecemos, damos mais valor à saúde do que à forma física, há uma mudança de prioridade, focada no bem-estar. 

2. Foodtechs de comidas saudáveis cada vez mais on
Unir comida saudável e entrega em casa parece ser o melhor dos mundos, ainda mais em tempos de pandemia — o Cadastro de Orgânicos do Ministério da Agricultura cresceu 10% desde o ano passado. A Raízs, foodtech de orgânicos e alimentos saudáveis, por exemplo, aumentou 150% no faturamento com um crescimento de 50% na sua base de clientes, em relação ao ano passado. A empresa, que tem em seu catálogo mais de 2,5 mil itens, se diferencia por fazer a ponte entre pequenos produtores e o consumidor nas capitais.  Ainda sobre comida, a Liv Up, que vende congelados plant-based, lança uma campanha para diminuição de produtos processados. A primeira ação foi feita com projeções pelas ruas de São Paulo como “orgânico é caro ou você compra no mercado errado?” para fazer um alerta sobre o tema. A foodtech recentemente chamou Bela Gil para desenvolver pratos e incentivar a alimentação vegetariana. Lá fora, o business de comida saudável ganhou um novo capítulo há alguns anos com a compra da rede de mercados Whole Foods por US$ 13 bi.

3. Dow e Natura se unem em projeto de economia sustentável
Sob o nome de Projeto Ybá: Conservação que Transforma, as duas empresas se uniram para fomentar a economia, desenvolvimento e sustentabilidade da região de Breu Branco, no interior da floresta Amazônica. Segundo matéria da Época Negócios, a ação, que contou com investimento de um milhão de reais, faz parte das estratégias ambientais e sociais da Dow, empresa de produtos químicos, plástico e de agronegócio. A Natura, primeira parceira comercial neste projeto, vai apoiar e ser uma das clientes de uma cooperativa local.

4. Os dez maiores ingredientes para cosméticos em 2022
Durante a pandemia houve crescimento dos cuidados com a pele, principalmente um boom dos produtos altamente tecnológicos, os “clínicos”. Mas dados da Trendalytics apontam para um redirecionamento para ingredientes naturais em 2022. “No ano passado, vimos o boom de vitamina C e elderberry, ingredientes naturais que ajudam a aumentar a imunidade. Mas continuamos vendo a indefinição das linhas entre os setores: alimentos e bem-estar, bem-estar e cuidados com a pele. As marcas em qualquer um desses espaços estão se expandindo para criar uma abordagem de estilo de vida”, disse Sarah Barnes, gerente de marketing de conteúdo da Trendalytics, para o WWD. A empresa de tendência fez um top 10 dos ingredientes naturais que devem bombar ano que vem – alguns como CBD e clorofila, não são novidades, mas estão lá junto com pós-biótico, ácido pirrolidona carboxílico, winter cherry, cinza vulcânica, makgeolli, tulipa e probiótico. 

5. Holistix foi a startup que mais levantou investimento anjo no Brasil
No período de um ano, a empresa criada em 2019 pelas sócias Nathalia Simões e Nicole Vendramini, levantou um total de 8 milhões e em julho deste ano em passou fazer parte do seleto grupo de startups do programa Scale Up da Endeavor — o número faz com que a Holistix seja a startup brasileira que mais levantou investimento anjo. O crescimento da marca de bem-estar é estimado em dez vezes mais neste ano em comparação ao anterior. “Os investidores se interessaram pelas empreendedoras terem demonstrado uma grande capacidade de execução, conseguindo sustentar um crescimento médio acima de 20% ao mês, mesmo no meio da pandemia, com todos os colaboradores trabalhando em home-office, o que é um desafio para quem desenvolve produtos físicos”, disse Cássio Spina, presidente da Anjos do Brasil.

E mais

. Clinique produz sua primeira campanha no Brasil para falar do Moisture Surge, seu hidratante em gel oil free. As criadoras de conteúdo Mari Saad, Maraisa Fidelis e Aletania foram as convidadas para falar sobre cuidado com a pele.

. Pretahub, organização aceleradora do empreendedorismo negro, recebe apoio da Nivea para inaugurar a Casa Pretahub, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. O espaço será dedicado a fomentar negócios digitais.

. Por falar em encubadora, a P&G e o WalMart vão fazer mentoria e investimento na marca de cabelos Nou, focada na geração Z, especificamente em pessoas com cachos 3A-4C. Esta não é a primeira iniciativa da P&G neste sentido: em uma parceria com a Sally Beauty, em 2019, desenvolveu uma linha para cabelos afro chamada My Black is Beautiful.

. O Pinterest terá um recurso de pesquisa inédito para cabelos, com foco em inclusão e diversidade. A partir desta semana será possível pesquisar por seis tipos de cabelo diferentes: penteados protetores, crespos, cacheados, ondulados, lisos e raspados/careca.