The Future of Aesthetics: bem-estar e saúde mental também são temas de consultório estético
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The Future of Aesthetics: bem-estar e saúde mental também são temas de consultório estético

por Vânia Goy - Conteúdo Patrocinado

Esqueça a imagem hospitalar de uma clínica estética. Esqueça o termo ‘clínica’ também. Com os rituais de beleza extremamente associados aos de cuidado e prazer, os espaços muitas vezes ganham característica de spa em vez de consultório médico. Durante lançamento do relatório The Future of Aesthetics, que comentei a convite da Allergan Aesthetics em Londres, Jonquille Chantrey, cirurgiã plástica inglesa e uma das principais referências do mundo no assunto, me contou que há alguns anos reorganizou o seu consultório, em Londres, com salas para práticas de yoga e medicina integrativa porque sacou que para ela e seus pacientes, estética não está dissociada de autoconhecimento.

Mais do que um espaço luxuoso, a preocupação é também olhar de forma holística para os pacientes. “Não quero que meus pacientes passem horas no espelho obcecados consigo mesmos”, diz ela. “A estética pode realmente ajudar as pessoas a sentir que estão assumindo o controle de como se apresentam ao mundo, como se sentem quando acordam de manhã e em momentos de estresse extremo, doenças e desafios. Meus pacientes me dizem que esse estado mais empoderado contribui para gastar menos tempo se preocupando com sua aparência”, disse. E ela trabalha com um psicólogo-consultor para que a saúde mental seja um fator levado em consideração na hora de bater o martelo nos tratamentos estéticos que serão recomendados.

Por isso que ética médica foi um dos temas mais discutidos entre os profissionais ao longo da apresentação do relatório. O caráter temporário dos procedimentos cada vez menos invasivos e nem sempre definitivos também encoraja quem deseja mudanças mais evidentes, como o aumento dos lábios com preenchimento de ácido hialurônico ou mudanças no contorno corporal, com uso de tecnologias.

Como traçar limites entre os desejos despertados pelas redes sociais e o que funciona na vida real? “Há definitivamente um componente viciante ao que fazemos. É muito fácil cair na armadilha de ‘um pouco mais, um pouco mais’. Nós, como profissionais de saúde, temos a responsabilidade de dizer não aos nossos pacientes quando for preciso”, disse a dermatologista Lana Kashlan. “É preciso dar ênfase na entrega de informações confiáveis e educativas para que os pacientes façam escolhas seguras sobre o seu tratamento. E promover o debate honesto nas mídias sociais é crucial, dada a crescente influência que elas exercem em pacientes.”

Em 2020, o número de adolescentes nos EUA que procuraram por rinoplastia aumentou em comparação com o ano anterior, informou a Academia Americana de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva Facial. 41% dos cirurgiões estão identificando isso como uma tendência crescente, juntamente com o desejo de parecer melhor em videochamadas (!!!). Por aqui, 98% dos brasileiros consultados para a campanha Assuma a Sua Imagem, conduzida pela Allergan Aesthetics, acha que os outros são mais bonitos nas redes sociais e 40% usa filtros regularmente para “melhorar” a aparência. E o mais preocupante: 60% concordam totalmente que as pessoas se espelham em referências estéticas irreais. “Por isso é tão importante que profissionais tenham em mente a influência poderosa que exercem quando comunicam aos pacientes a realidade de até onde um procedimento estético pode chegar”, me disse Ligia Colucci, dermatologista brasileira e uma das experts que participou do relatório The Future of Aesthetics.

E se a nossa relação com a tecnologia já é complexa, imagina quando pudermos navegar pelo metaverso? Pois, apesar dele ainda não existir, digamos, de forma massiva, a tendência é que em alguns anos a gente já possa experimentar uma existência avatar muito provavelmente emocionante quando o assunto é estética. Será que a gente vai querer parecer quem somos na vida material? Ou a experimentação será tamanha que possibilidades de mudar de forma darão descanso aos nossos rostinhos?

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Lígia Colucci (CRM-MG 35387)

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