Talvez eu tenha herdado da minha avó uma certa obsessão por sabonetes. Ela ainda tem o hábito de comprar caixas com motivos art nouveau para dar de presente para as amigas e, nessas, me especializei em trazer os mais diferentes tipos como souvenir de viagem para as suas gavetas e os meus banhos.

A diferença é que eles duram pouquíssimo tempo no meu acervo: uso todos do começo ao fim. E sou uma especialista em checar se o aroma que a gente sente na embalagem tem o poder de resistir às semanas de banho bem concentrado na barra. Na lista dos que jamais decepcionam: a linha de Roger & Gallet – que vende nas farmácias lá fora e tem um cheiro clássico de rosas capaz de ativar qualquer memória infantil – e os da Hermés, raros e caros demais para morarem todos os dias no meu chuveiro.

Além de perfumados, eles (claro!) ganham pontos se forem lindos. Por isso me apaixonei instantaneamente pelos sabonetes que a dupla americana Jean e Olive, criadora da Pelle, produz no Brooklin, em Nova York. O showroom inclui belos candelabros, luminárias e os sabonetes de glicerina cuidadosamente moldados à mão feito gemas de quartzo rosa, jade ou ônix. Mais fáceis de encontrar (e mais hippies também) são os Geo Soaprocks, disponíveis nas várias Anthropologies da cidade. A base vegetal é enriquecida com óleos e extratos naturais e eles são realmente perfumados – mas confesso que não os trouxe na mala.

De toda forma, esse combinado é importante: por mais que cada um deles seja esteticamente irresistível é uma pena deixar que envelheçam no lavabo. A safra de barras de glicerina artesanais e perfumadas que anda aparecendo lá fora não parece em nada os sabonetes que a gente usava antigamente: são compostas por ingredientes naturais e aromas tão especiais que é um desperdício não deixar que a sua pele aproveite!

Mais: a Vogue inglesa deste mês publicou uma lista de pequenos produtores que estão apostando na volta dos glicerinados, dá uma olhada que belezinha!