Twilly D’Hermès: diversão perfumada para millennials
Fragrância

Twilly D’Hermès: diversão perfumada para millennials

por Vânia Goy

“Faz alguns anos eu vi, ou melhor, senti, uma menina usando Poison, da Dior, no metrô de São Paulo — ela devia ter 15 anos. Reconheci fácil porque era o que minha mãe usava em noites especiais. Revival noventista acontecendo no banco da minha frente, na linha verde do metrô de São Paulo.

O que está à venda hoje é uma sombra do original mas serve (ao que suponho que seja) o propósito da garota. Tem força — literal e criativa — para dar confiança extra, não é mais um dos gourmands que todo mundo usa e tem valor de descoberta. Aquele perfume meio esquecido na prateleira que ganha vida nova quando passa a ser usado. Parece que Twilly (R$ R$ 399, 30 ml), novidade da Hermès, é para as amigas dela: um Poison com algumas colheres daquilo que está rolando no mercado.

 A borrifada é o ponto alto, onde aparece todo o drama e complexidade da tuberosa. Está lá a mesma potência floral de Poison só que menos vamp, mais caprichada num frescor de gengibre. E turbinada por matérias-primas modernas em overdose, para dar aquela super difusão e um efeito picante no nariz. O final de baunilha cremosa, meio metálico/salgado e ainda picante sampleia Olympéa, hit de Paco Rabanne, para dar uma pista familiar.

 Vai soar ruidoso e menos sofisticado para quem fizer nariz de Jardins d’Hermès — a linha fresca e transparente da marca. Me parece que o interessante é esse mesmo: se Poison era dramático, fatal e exigia das emoções, Twilly é mais “para fora”, barulhento, divertido, bagunceiro. Sabe como são os adolescentes, sempre impertinentes.”

Por Dênis Pagani,  expert em perfumaria que comanda cursos, consultorias individuais e escreve ótimas resenhas no site 1Nariz

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