Uma pesquisa recente da The Body Shop, realizada em parceria com o Plano de Menina, mostra o impacto que a pressão estética tem sobre as mulheres no mercado de trabalho: 69% das mulheres entrevistadas já sofreram com questões relacionadas a aparência no ambiente de trabalho. O levantamento, apresentado à imprensa nesta semana, ouviu 1.448 mulheres acima de 18 anos na pesquisa qualitativa e 14 mulheres (divididas em dois grupo) que já sofreram pressão estética no trabalho, na parte qualitativa. E esta pressão, geralmente explícita, passa da beleza para questões de competência na função exercida: 56% afirmam terem sentido que o desempenho sofreu queda após o episódio. Surpreende o dado que 45% delas acabaram cedendo para se adequar naquele ambiente e que 50% dessa pressão vem dos colegas terem sofrido pressão por mudanças estéticas.

A pesquisa mostrou ainda que estes companheiros de trabalho estão apenas reproduzindo informações do local em que estão, pois 60% das mulheres percebem estarem ambientes sem diversidade estética e racial. “É preciso uma transformação urgente para que o mercado acolha cada vez mais meninas e mulheres sem ferir quem são, adoecê-las e impactar o desempenho profissional”, disse Viviane Duarte, presidente do Instituto Plano de Menina e CEO do Plano Feminino. Há uma questão importante a se trabalhar com relação à saúde mental, pois 23% ainda estão no mesmo emprego e 26% passaram por esta situação em entrevistas para serem contratadas em lugares desejados. São muitos os motivos encontrados por quem faz este tipo de assédio: o peso (já aconteceu com 68%), o cabelo (com 40%) e o estilo de roupa (40%). “Um chefe me falou para prender ou alisar meu cabelo crespo. Hoje uso tranças para disfarçar”, disse uma delas. Outra, fala sobre questionar sua capacidade por não estar nos padrões: “insegura, passei a duvidar da minha capacidade, como se eu não fosse competente para minha função mesmo com muito estudo”. A questão é que elas não receberam suporte necessário, como 65% das entrevistadas.

Com a pesquisa em mãos, The Body Shop e Plano de Menina pretendem ir para a ação e ajudar efetivamente quem passa por isso. Segundo Gabriela Pellegrini, gerente de marketing de The Body Shop no Brasil, a ideia é continuar com esse posicionamento de gerar reflexão e seguir provocando e construindo com outros parceiros e fornecedores que compactuem com os mesmo valores. “Estamos construindo um desdobramento da pesquisa, em forma de um projeto onde a gente consiga colocar os pontos fracos que temos encontrando, como a falta de representatividade e não pertencimento, em uma jornada presencial e virtual para mulheres que estão no mundo corporativo ou empreendedoras. Para que elas identifiquem e usem suas habilidades e fortalezas e também saibam identificar e aprimorar suas fraquezas”, completou Viviane Duarte durante o evento de apresentação que também contou com a presença de Rachel Maia, empresária e presidente do conselho do Pacto Global da ONU no Brasil e Camila Labes, gerente de engenharia da Gupy.

TOP 3

1. Dior Beauty lança linha masculina de skincare
Chamada de Sauvage Mencare, a linha conta com três produtos: limpador, tônico e sérum e nasceu inspirada na linha-sucesso de fragrância da marca. A proposta é trazer o ritual de cuidado para o homem de modo atrativo e prático sem muitas etapas para fazer no dia a dia e os produtos tem como ativo principal o cacto, conhecido por seu poder de hidratação e proteção da barreira da pele. De acordo com a Custom Marketing Insigths, o mercado de skincare masculino deve chegar a US$ 21,74 bilhões em 2030.

2. Vult realiza movimento social em prol das mulheres
O projeto “Isso é Mais que um Batom” é uma parceria da da Vult ONG com a Turma do Bem para ajudar mulheres em situação de violência no resgate da autoestima. A marca criou um batom exclusivo, que terá a venda 100% revertida para o projeto Apolônias do Bem, da ONG Turma do Bem, que trabalha com a reconstrução do sorriso das mulheres através de tratamento odontológico completo. Além disso, a Vult lança um curso sobre empoderamento feminino, gratuito, com o módulo “Resgate seu orgulho e empodere-se” sobre o tema da violência, desenvolvido junto com o Instituto Maria da Penha. Está disponível pelo programa Empreendedoras da Beleza, do Grupo Boticário, que deve capacitar mais de trinta mil mulheres este ano. “Entre as principais dificuldades para a denúncia está a dependência financeira e através da educação e da informação, poderemos ter mudanças em médio e longo prazo”, diz Conceição de Maria, co-fundadora e superintendente-geral do Instituto Maria da Penha.

3. Evonik cria instituto para estudos da pele
A empresa química alemã, que fornece material para a indústria cosmética, acaba de inaugurar o Evonik Skin Institute, como parte da divisão Nutrition & Care. Será formado por uma rede de especialistas em ciência da pele, como engenheiros de tecidos 3D, para suprir a demanda de ingredientes ativos e soluções cosméticas. Equipes de P&D de países como Alemanha, Espanha e Índia vão coordenar os trabalhos. A rede da Evonik vai se expandir para além dos escritórios e sedes para trabalhar com startups e universidades num formato colaborativo. A empresa tem investido em ciências da pele e alta tecnologia, como mostra suas duas últimas aquisições: comprou a Alkion e a Biopharma, ambas especialistas em biotecnologia vegetal.

E mais:

. Instituto Abihpec se une novamente à Sephora para levar o projeto “De Bem Com Você – a Beleza Contra o câncer” à mulheres de Salvador. Quinze maquiadoras profissionais da Sephora irão ministrar cursos de automaquiagem nas lojas, para mulheres que lutam contra a doença.

. Fenty Beauty chega à China continental, depois de ser lançada em mercados como Hong Kong, Macau e Seul em 2019. Apesar de ser o segundo maior mercado mundial de beleza, o atraso se deu pela pandemia. Para comemorar, Rihanna está na capa da última edição da Vogue China.

. Lancôme junto com a ONG Redes da Maré e a Universidade Federal do Rio de Janeiro realizam a sexta edição do projeto “Escreva Seu Futuro”. Serão alfabetizadas mais de cem mulheres que vivem no complexo da Maré.

. Reportagem exclusiva da Bloomberg afirma que Selena Gomez contratou consultores para avaliar ofertas de venda de sua marca, Rare Beauty. A empresa, lançada em 2020, está avaliada U$S 20 bilhões.